A história do cego de Jericó é contada em três dos quatro evangelhos, mas em cada um de uma perspectiva diferente. Em Marcos ele se chama Bartimeu e tem uma capa, em Mateus, ele não tem nome e nem capa, mas tem um parceiro de cegueira e miséria, são dois cegos, em Lucas, o pobre cego é só, ninguém sabe nem seu nome, é conhecido por sua deficiência – o cego de Jericó, e não possui nem um trapo para cobrir sua vergonha e desprezo.
Mas nos três relatos, independente da perspectiva, o final é o mesmo, o cego deixa de ser cego, pois encontra com que pode mudar a sua própria perspectiva, aliás, pode lhe dar uma.
A intervenção miraculosa de Deus tem o poder de mudar nossa história e nossa existência, não importa o ponto de vista de quem vê a nossa calamidade, e nem o nosso ponto de vista, que as vezes, como cegos existenciais, nem temos.
Mais uma coisa é comum nas três diferentes histórias deste mesmo cego, um clamor – Filho de Davi, tem misericórdia de mim!
Apesar da cegueira, da solidão, da miséria, da falta de reconhecimento e da censura das pessoas ao seu redor, o cego não se calou diante daquele que poderia mudar sua situação, clamou e foi ouvido, pois quando clamamos, Jesus não se ensurdece, mas ouve e intervém.
O milagre chegou para aquele homem e mudou sua perspectiva como resposta de um clamor, então não se cale, clame.