O segundo fundamento do milagre é a necessidade humana. A intervenção miraculosa de Deus é o poder dEle mediante nossa impotência, é a providência dEle frente à nossa escassez, é o favor divino em resposta à miséria humana.
Deus não desperdiça milagres, Ele só os opera quando o cenário é de impossibilidade e estanque, quando não há o que o individuo possa fazer. Não é necessariamente o que o outro não possa fazer por nós, pois muitas vezes Deus usa agentes humanos em seus milagres, mas é quando um necessitado se encontra limitado pelas circunstâncias.
Inúmeros textos bíblicos relatam milagres que aconteceram como um movimento do olhar divino ante a privação humana, como quando Jesus vê a multidão faminta no deserto e então multiplica peixe e pão, ou como seu olhar compadecido ao leproso em sua dor, ou no seu choro enlutado diante da sepultura de seu amigo Lázaro.
Nosso Deus é amor, e o amor é compassivo e bom, não cruza os braços diante da tragédia e do sofrimento, por isso podemos clamar em nossa angústia e sermos ouvidos.
A vontade divina, que é boa, perfeita e agradável, ao encontrar com a necessidade humana, é o espaço perfeito para o milagre.